Nem todo fim é barulhento. Nem toda revelação chega gritando.
Algumas mortes são internas, sutis, secretas.
Elas acontecem nos bastidores da alma — onde só o coração atento, o espírito desperto e o silêncio são capazes de perceber.
Hoje, o Tarot nos entrega três cartas que falam de um processo oculto, mas profundamente transformador:
7 de Espadas, O Eremita e A Morte.
Juntas, essas cartas nos convidam a uma jornada de desapego silencioso, retirada estratégica e transmutação.
7 de Espadas: O que você está levando que não é mais seu?
Essa carta fala de fugas, omissões, estratégias e dissimulações.
Mas nem sempre ela aponta para uma trapaça externa. Muitas vezes, o 7 de Espadas revela uma autoenganação.
Algo que estamos sustentando sem verdade.
Um personagem que usamos para não perder algo — ou alguém.
“Levar o que não é nosso também pode ser levar a responsabilidade, a culpa, a dor, o fardo que não nos pertence mais.”
Aqui, o Tarot alerta: é hora de largar o peso e sair de cena com sabedoria.
O Eremita: A Verdade só se revela a quem ousa ficar em silêncio
Depois da retirada, o recolhimento.
O Eremita é o mestre do silêncio. Aquele que caminha com a própria lanterna, iluminando o próximo passo, mesmo que não enxergue o destino.
Essa carta te pergunta:
Você está escutando sua alma?
Consegue estar só sem se sentir perdida?
Consegue parar de falar o que sente — e começar a sentir o que fala?
O Eremita mostra que é no vazio que a verdade ecoa mais forte.
É ali, no escuro do próprio ser, que a luz da consciência acende.
A Morte: o fim que liberta, o fim que purifica
A Morte não pede licença.
Ela chega para eliminar o que apodreceu, o que venceu seu tempo, o que já não pulsa.
Mas neste trio de arcanos, ela não vem como ruptura repentina. Ela vem como um sussurro: “está na hora de deixar ir”.
Muitas vezes, esse “deixar ir” é silencioso:
o fim de um sentimento que não faz mais sentido;
o fim de um papel que você desempenhava por medo;
o fim de um vínculo que existe mais por culpa do que por amor.
A Morte, aqui, é um ato de libertação interna.
E quando é atravessada com consciência, ela não leva algo — ela devolve quem você é.
Ritual prático com o Tarot
Pegue seu baralho e medite com as três cartas.
Coloque o 7 de Espadas à esquerda, o Eremita ao centro, e a Morte à direita.
Pergunte ao Tarot:
O que estou tentando carregar em silêncio?
Onde estou me escondendo de mim mesma?
O que precisa morrer dentro de mim para que eu floresça de novo?
Escreva as respostas, acenda uma vela branca e diga:
“Eu aceito o fim necessário. Que a verdade me guie. Que o silêncio me cure.”
Nem toda cura é feita em voz alta.
Nem toda libertação exige palco.
Às vezes, a maior revolução acontece quando você decide não reagir, não justificar, não prender.
Apenas observar. Entender. E deixar ir.
Hoje, o Tarot nos lembra que há sabedoria no silêncio, força na introspecção e renascimento em cada fim bem vivido.